Com seca extrema, monitoramento é intensificado para salvar botos ameaçados na Amazônia

Com seca extrema, monitoramento é intensificado para salvar botos ameaçados na Amazônia

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ampliou suas ações de monitoramento no Lago Tefé, Amazonas, para mitigar os efeitos da seca intensa e proteger os botos-vermelhos e tucuxis. A crise hídrica, agravada pelo fenômeno El Niño, já resultou na morte de 154 botos em 2023, e a preocupação com novas baixas continua em 2024.

Com a seca prolongada, os rios da Amazônia estão atingindo níveis historicamente baixos, comprometendo os ecossistemas aquáticos. No Lago Tefé, um dos principais habitats desses botos, as temperaturas da água variam entre 28°C e 38°C, o que representa um risco para os animais, sensíveis ao calor excessivo.

Diante desse cenário, o ICMBio implementou um sistema de comando de incidentes, mobilizando mais de 50 profissionais, entre biólogos, veterinários e ecólogos, para monitorar diariamente o comportamento dos botos e a qualidade da água. O objetivo é detectar sinais precoces de estresse térmico e evitar novas mortes. Até agora, os botos têm mostrado um comportamento normal, com a presença de filhotes, mas a vigilância permanece constante.

Além do monitoramento, o Instituto adotou medidas de controle das atividades humanas, como a caça e a pesca, que também afetam a sobrevivência dos botos. A necrópsia dos animais mortos continua sendo uma ferramenta importante para compreender as causas das mortes e ajustar as estratégias de conservação.

O ICMBio reforça que a preservação dos botos depende de ações contínuas para enfrentar tanto os desafios ambientais quanto as pressões humanas, assegurando a sobrevivência dessas espécies em um cenário de mudanças climáticas severas.

Redação068

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