Cruzeiro do Sul tem gestão especial para ribeirinhos e é destaque nacional
Uma das grandes peculiaridades da região do Juruá, no Acre, é a grande quantidade de pessoas que moram nas beiras dos rios e igarapés, chamados de ribeirinhos. Este modo de vida gera um desafio diferente para as gestões municipais, e na área da saúde, a prefeitura de Cruzeiro do Sul tem conseguido mostrar um belo trabalho focado nesta população.
A Saúde Fluvial e Ribeirinha de Cruzeiro do Sul foi destaque nacional pelo Ministério da Saúde, no Boletim Informativo n°100 da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS). A equipe de Saúde Fluvial cobre os cinco rios de Cruzeiro do Sul: Juruá, Juruá Mirim, Valparaiso, Liberdade e Campinas. São áreas bastante populosas, com média populacional de 600 a 1000 pessoas por rio.
“No início da gestão percebemos que para muitas pessoas obter um atendimento básico em saúde, tinham que se deslocar até a cidade de Cruzeiro do Sul. Isso é muito sacrificante, custa recursos, tempo e até mesmo a saúde. Por isso tomamos essa determinação de estar cada vez mais presente nos locais mais distantes, pois isso significa levar saúde, qualidade de vida e cidadania a quem mais precisa”, destaca o prefeito Zequinha Lima.
A cobertura dessas áreas é realizada com serviço completo de Médico, Enfermagem, Odontológico, Imunização e Dispensação de Medicamento, Testes Rápidos e outros diversos serviços para que não haja prejuízo à assistência de saúde, mesmo se tratando de comunidades distantes e com dificuldade de acesso.
Uma das dificuldades deste serviço é a grande variação do volume das águas dos rios, que em um período do ano tornam a navegação difícil. Uma das respostas, foi manter a unidade ancorada em um ponto fixo neste período. “Com a montagem do Ponto Fixo de Atendimento à Saúde Ribeirinha na Foz do Rio Valparaiso que presta atendimento mensal ininterrupto, inúmeros avanços foram alcançados, conseguiu-se aproximar a população do serviço de saúde e dar continuidade à assistência daqueles que mais precisam”, explicou a enfermeira Adriana Araújo, coordenadora da Equipe de Saúde Fluvial da SEMSA.
Além da equipe básica de saúde fluvial, há outras seis equipes de atendimento aos ribeirinhos. Enquanto a unidade fluvial permanece ancorada em um ponto estratégico, que dá apoio aos três rios que envolvem a cidade: Valparaíso, Juruá e Juruá Mirim, as equipes ribeirinhas atuam em locais de mais difícil acesso, bem como barcos de emergência, localizados em comunidades estratégicas conduzidos por barqueiros contratados, que levam os cidadãos até a Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF).
“Dessa forma o atendimento é mais rápido para todos, especialmente porque, dependendo da época do ano, se o rio estiver baixo e seco, a UBSF, por ser grande, não consegue navegar. É um grande desafio, pois a comunidade mais distante fica a nove horas de barco da unidade, mas organizamos as equipes com muito cuidado e criatividade para fazer dar certo”, explicou a secretária de Saúde Valéria Lima.
Com informações da Assessoria