Mais de 22 mil alunos têm aulas suspensas por causa da poluição do ar em Rio Branco

Mais de 22 mil alunos têm aulas suspensas por causa da poluição do ar em Rio Branco

A Prefeitura de Rio Branco determinou a suspensão das aulas em creches e escolas municipais de ensino infantil e fundamental 1, afetando mais de 22 mil alunos. A decisão foi tomada em decorrência da poluição do ar causada pela fumaça das queimadas que atingem a região, com índices classificados como “perigosos” por plataformas de monitoramento de qualidade do ar.

O decreto de emergência, assinado na segunda-feira (2), suspendeu as atividades escolares entre os dias 3 e 6 de setembro, abrangendo todas as 91 unidades de ensino da capital do Acre. A medida foi adotada após o índice de material particulado no ar superar 700 µg/m³, mais de 40 vezes o valor considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 15 µg/m³.

A cidade de Rio Branco está encoberta por uma densa camada de fumaça, que se formou devido às queimadas no Acre e em estados vizinhos, como Rondônia e Amazonas. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a concentração de fumaça tende a aumentar com a continuidade da estiagem e a ausência de chuvas.

O governo do estado também suspendeu as atividades físicas ao ar livre nas escolas estaduais, mantendo apenas as aulas teóricas. A previsão é de que as aulas sejam retomadas na próxima segunda-feira (9), caso a qualidade do ar apresente melhora.

A fumaça tem impactado não apenas a educação, mas também a saúde pública, levando ao aumento de casos de síndromes gripais e doenças respiratórias. O estado contabilizou 17 mil atendimentos por síndromes gripais, e uma unidade de saúde especializada foi reativada para atender à demanda.

O Acre enfrenta uma das piores estiagens dos últimos anos, com mais de 3 mil focos de queimadas registrados apenas no mês de agosto, o que levou à decretação de estado de emergência em saúde pública. As autoridades recomendam à população que evite atividades físicas intensas, hidrate-se bem e mantenha os ambientes úmidos para amenizar os efeitos da poluição do ar.

Para minimizar os riscos à saúde, especialistas orientam o uso de umidificadores de ar e a ingestão de alimentos ricos em água. Crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias são os grupos mais vulneráveis e devem redobrar os cuidados neste período de intensa poluição atmosférica.

Com a previsão de continuidade das queimadas e a falta de chuvas na região, o cenário de poluição deve se manter crítico nas próximas semanas.

Foto: Sérgio Vale

Redação068

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