Primeira equação para estimar biomassa de florestas no Acre é desenvolvida
Pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) e instituições parceiras desenvolveram a primeira equação alométrica para estimar a biomassa de florestas no estado do Acre. O estudo, publicado na revista Forest Ecology and Management, traz contribuições inéditas para a estimativa de carbono nas florestas da região sudoeste da Amazônia.
Liderado pelo professor Willian Flores, do campus Floresta da Ufac, o artigo destaca a importância de medições diretas de biomassa em florestas neotropicais. A pesquisa, que contou com a participação de acadêmicos e instituições como o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), Embrapa-AC e Woodwell Climate Research, utilizou o método destrutivo, pesando diretamente 190 árvores com diâmetro variando de 5 a 90 centímetros.
O estudo revelou que as equações alométricas utilizadas em outras regiões da Amazônia, como a Amazônia Central, podem superestimar a biomassa florestal em até 46%. Essa discrepância ocorre devido às diferenças nas características ambientais e na composição das florestas do Acre, em comparação com outras áreas da bacia amazônica. A equação alométrica desenvolvida preenche uma lacuna importante para a região, melhorando a precisão nas estimativas de biomassa e, consequentemente, de carbono florestal.
O artigo destaca ainda que as florestas do sudoeste da Amazônia, que cobrem mais de 20 milhões de hectares, possuem padrões alométricos distintos em relação às demais regiões da Amazônia e áreas pantropicais. Essas variações resultam em superestimativas quando se aplicam equações desenvolvidas em outros contextos.
Os resultados da pesquisa têm implicações diretas para políticas públicas e privadas voltadas à gestão e conservação de carbono florestal. Além disso, o estudo contribui para a redução de incertezas nas estimativas de estoques de carbono em florestas tropicais, um tema fundamental para as iniciativas de mitigação das mudanças climáticas, como o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+).
A pesquisa foi financiada por instituições como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) do Governo do Acre.
Fonte: UFAC