Bocalom organiza o Prêmio Bacurau para dezembro
Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco se prepara para organizar ‘Prêmio Bacurau’
No dia 09 Dezembro 2019, foi assinado o Decreto nº 1.780, pela prefeitura de Rio Branco, que institui o “Prêmio Bacurau de Direitos Humanos”, que visa reconhecer e homenagear pessoas físicas, além de instituições que defendam ou promovam causas e ações para a promoção dos direitos humanos na capital.
Na última segunda-feira (21), o prefeito Tião Bocalom, se reuniu com representantes da secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), que irão organizar o Prêmio Bacurau. A realização do prêmio está prevista para o dia 9 de dezembro.
“São muitas pessoas, anônimos que estão aí, fazendo um trabalho de forma espontânea e nunca são reconhecidos”, disse Bocalom.
História do Bacurau
No dia 9 de dezembro de 1939 nasce Francisco Augusto Vieira Nunes, o futuro Bacurau. Aos cinco anos de idade a família percebe que ele havia contraído a hanseníase.
Em 1967 Alguns moradores de Manicoré/AM denunciam Augusto ao posto de saúde. Dias depois a polícia sanitária vai a sua casa e encontra seu pai, abraçado ao filho, armado com um facão – Só levam meu filho morto! – Não levam o pequeno Augusto. Logo aprende a ler e escrever estudando em casa com a ajuda de seus irmãos. Não conseguia matricula nas escolas por ter hanseníase. No mesmo ano a polícia sanitária entra na sua casa a força e levam, por engano, o seu irmão Pedro.
Em 1948, a família vai buscar tratamento para Augusto em Porto Velho, Rondônia. E matriculado em uma escola de Porto Velho, mas o expulsam no primeiro dia de aula abandonando-o na porta do hospital da cidade. A padaria do seu pai vai à falência devido à perda de clientes em razão do medo de contágio.
Em 1951, seu pai também é demitido da delegacia de polícia por possuir idéias anti-getulistas e por ter um filho com hanseníase. A falta de alimentação adequada e tratamento médico precário da região levam a morte três irmãs de Bacurau: Maria Lucia, com 4 anos; Terezinha de Jesus, com 6; e Maria Eliza, ainda bebê.
No ano de 1952, morre o pai de Augusto. João Monteiro Nunes. Desgastado por anos de trabalho pesado, idade avançada e saúde frágil. Pregam uma placa na frente da casa de Bacurau com a palavra ETERNITET significando lar condenado sempre.
Em 1953 é internado aos 13 anos na colônia Jayme Abenathar. Na colônia, Augusto recebe, o apelido Bacurau.
Em 1957 sai da colônia de Porto Velho em 1957, e vai morar com o seu irmão Zuza em Rio Branco, Acre. Neste período tenta, sem sucesso, por quase quatro anos, arrumar um emprego.