Casa Museu reforça turismo em Rio Branco e preserva história do Acre
“O Acre tem uma história única, e nós precisamos valorizar essa memória”, afirma Arquilau Melo, desembargador aposentado e fundador da Casa Museu, um espaço que vem se consolidando como ponto de interesse para o turismo em Rio Branco. Situada na residência de Melo, a Casa Museu é dedicada a preservar e celebrar a rica história e cultura do estado do Acre.
A ideia de criar o museu surgiu há cerca de 15 anos, impulsionada pela vontade de Arquilau de conectar a história local com a narrativa nacional e internacional. “A ideia inicial era levar alguns objetos, como o caminhão da Segunda Guerra Mundial, para as escolas, e assim proporcionar aos estudantes uma conexão direta com a história”, explica Melo. No entanto, o alto custo dessa iniciativa o levou a optar por criar o espaço expositivo em sua própria casa.
A Casa Museu é mais do que uma simples coleção de objetos antigos. Entre as peças expostas, destaca-se um caminhão utilizado pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial, uma raridade que continua em perfeito estado de conservação. Além disso, o museu recria ambientes típicos das habitações dos seringueiros, com retratos e objetos que narram a saga dos trabalhadores da borracha, um elemento fundamental na história do Acre.
Arquilau, que pessoalmente guia as visitas ao museu, enfatiza a importância de conhecer o passado para entender a identidade do povo acreano. “Sem história, a gente não é nada. Temos que compreender o nosso passado para nos entender como gente e não nos deixar ser objeto de preconceito”, destaca. Essa missão educativa é parte central da proposta do museu, que busca ensinar os jovens sobre o valor da cultura e da história local.
O impacto do museu já se faz sentir além das fronteiras do estado. Personalidades como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, já visitaram o local e ficaram impressionados com a riqueza cultural que ele preserva. “O ministro ficou maravilhado, porque conhecia muito pouco sobre a história do Acre”, relata Melo.
A Casa Museu também atrai turistas e autoridades interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre o Acre. Uanderson Ramos, sócio-proprietário de um circo que estava na capital, visitou o museu em busca de uma imersão cultural. “É importante saber a cultura, história, geografia, por que nasceu aquele estado; isso faz parte da cultura do circo também”, afirma.
A iniciativa de Arquilau Melo recebe apoio de diversas entidades, incluindo a Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete), que vê na Casa Museu um potencial parceiro para fomentar o turismo na região. “Esses espaços são de extrema importância, porque isso traz a nossa memória”, destaca Sirlânia Venturin, diretora da Sete.
A Casa Museu se junta a outros museus de Rio Branco, como o Museu da Borracha e o Museu dos Povos Acreanos, formando um circuito cultural que enriquece a oferta turística do estado. Para Paola Ribeiro, curadora do Museu dos Povos Acreanos, o trabalho de Melo é essencial para a preservação da memória acreana. “Ele já doou pra gente uma sapucaia, castanhas, então a gente sempre se ajuda”, comenta.
Fonte: Agência de Notícias do Acre