Saúde Itinerante leva atendimento em neuropediatria a crianças de Manoel Urbano

Com o compromisso de garantir que serviços de saúde cheguem a quem mais precisa, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realiza mais uma etapa do Saúde Itinerante Especializado Multidisciplinar em Neuropediatria, nesta sexta-feira e sábado, 24 e 25, em Manoel Urbano.

A ação está sendo realizada na Unidade Básica de Saúde (UBS) Josefa Nunes, onde está previsto que cerca de 100 crianças passem pelo atendimento da equipe multidisciplinar composta por profissionais de neuropediatria, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição, terapia ocupacional e odontologia. Além disso, o programa emite a carteira estadual da pessoa com transtorno do espectro autista (e-Ceptea).

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“Essa é a 14ª edição do Saúde Itinerante Multidisciplinar em Neuropediatria. Estamos atendendo as crianças em consulta de primeira vez, para investigação dos transtornos globais do neurodesenvolvimento, e também aquelas que precisam de retorno. Já estivemos aqui no mês de junho, quando realizamos a etapa de fechamento de diagnósticos, e agora retornamos com o objetivo de garantir um atendimento de qualidade e um acompanhamento contínuo às crianças que residem nesta região”, destacou a coordenadora do programa, Rosemary Muniz.

O Saúde Itinerante Especializado Multidisciplinar em Neuropediatria desempenha um papel fundamental na promoção da saúde infantil. Ao levar atendimento especializado diretamente ao interior, garante que crianças com transtornos do neurodesenvolvimento recebam diagnósticos precoces e tratamentos adequados.

“É muito importante que esse atendimento chegue até as nossas crianças, pois assim evitamos que elas precisem se deslocar até Rio Branco para receber acompanhamento especializado. Além de facilitar o acesso, reduz o tempo de espera e oferece um cuidado mais próximo da realidade das famílias. Esta já é a terceira vez, somente neste ano, que a equipe vem até aqui para atender nossas crianças do município, estamos muito gratos”, afirmou a coordenadora da atenção básica de Manoel Urbano, Esterlinda Barbosa.

Durante os atendimentos, são emitidos laudos médicos e prescrições, documentos essenciais para a continuidade do cuidado, viabilizando o encaminhamento dos pacientes para outras etapas do tratamento.

“Hoje estamos realizando atendimentos voltados principalmente ao transtorno do espectro autista, mas que abrangem todos os transtornos do neurodesenvolvimento. Aqui acompanhamos crianças em investigação de TDAH, autismo, TOD, entre outros casos que envolvem a neuropediatria. Além de avaliar as crianças que necessitam dessa especialidade, conseguimos fazer uma boa triagem e, muitas vezes, já iniciamos as terapias precocemente, sem precisar aguardar o diagnóstico definitivo. Nosso objetivo é justamente alcançar aquelas crianças que têm mais dificuldade de acesso a uma avaliação especializada, garantindo que recebam o cuidado e o acompanhamento que precisam”, salientou a pediatra Jamille Bestene.

A regionalização da saúde, política prioritária da gestão estadual, evita que a população precise enfrentar longas viagens para ter acesso a consultas e exames. Essa diretriz tem fortalecido a rede pública em todas as regionais do estado, com ações como o Saúde Itinerante, que leva especialidades a cidades que não dispõem desse tipo de atendimento.

A ação também representa um alívio para famílias que antes precisavam enfrentar longas viagens em busca de atendimento especializado. Moradora de Manoel Urbano, Francisca Carvalho, mãe do pequeno Caleb, de 2 anos, conta que o programa facilitou o acesso à saúde e trouxe tranquilidade para quem não tem condições de se deslocar até a capital.

“Eu tenho suspeita de que meu filho seja autista. Muita gente também comenta, porque ele é muito agitado e tem um comportamento diferente. Ter o atendimento aqui em Manoel Urbano ajudou muito, porque nem sempre a gente tem dinheiro para ir até Rio Branco. Foi muito bom o serviço vir pra cá porque a gente evita gastos, o cansaço da viagem e ainda consegue cuidar das crianças perto de casa”, relatou.

Outra mãe atendida foi Josiane Barros, que levou o filho Heithor Levy, de 4 anos, para a primeira consulta em neuropediatria. Ela conta que percebeu os primeiros sinais de dificuldade no desenvolvimento da fala quando o menino ainda tinha dois anos.

“Eu notei que ele não falava como as outras crianças, só imitava sons, como barulho de carro ou roçadeira, mas não dizia as palavras. Ele também se irrita com facilidade e é muito seletivo com brinquedos, ama carrinhos, mas não liga para outros. Por isso, quis buscar ajuda para entender o que está acontecendo e iniciar o tratamento, se for necessário”, explicou.

Para Josiane, a presença da equipe no município é uma iniciativa que faz toda a diferença. “Eu já estava preocupada, achando que teria de esperar muito tempo ou ir até Rio Branco. Muitas famílias não têm condições financeiras, a estrada é ruim e é cansativo para as crianças. Ter os profissionais vindo até nós facilita tudo, essa é uma parceria maravilhosa”, destacou.

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