A inovação de tecnologias livres usada pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) está ganhando destaque nacional e internacional. Ferramentas como o QGIS e o QField têm sido amplamente utilizadas em ações de monitoramento e análise de dados no Sistema de Defesa Agropecuária e Florestal (Sisdaf), e sua eficiência chamou a atenção do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) e de outros institutos, que decidiram adotar o mesmo modelo em suas atividades.
O QGIS (Quantum GIS) é um software gratuito e de código aberto de Sistema de Informação Geográfica (SIG), que permite criar, editar, visualizar, analisar e publicar dados e mapas geoespaciais. Já o QField, desenvolvido para dispositivos móveis com Android e iOS, permite a coleta de dados geoespaciais em campo como pontos, linhas e polígonos om auxílio do GPS do próprio aparelho.
Projetado para integração com o QGIS, o QField possibilita que os dados sejam digitalizados diretamente no campo e posteriormente sincronizados com os projetos desenvolvidos no computador. Essa integração é feita por meio da plataforma QField Cloud, que garante agilidade e confiabilidade na troca de informações entre equipes.
Segundo o auditor fiscal federal agropecuário Wladimir Moraes, a ferramenta foi fundamental na ação contra a influenza aviária em Goiás. “Conheci o QField no Simulado Zoossanitário da Febre Aftosa, em Cruzeiro do Sul, promovido pelo Idaf. Pude perceber o quanto essa ferramenta é essencial para a defesa agropecuária nacional. Compartilhei a ideia com a equipe da Agrodefesa de Goiás, e, em junho de 2025, conseguimos utilizá-la durante o foco de Influenza aviária no estado. Foi fundamental para direcionar as equipes de campo a visitar todas as propriedades rurais afetadas por esse foco”, disse.
A equipe da Coordenação Estadual do Suporte ao Cadastro (Cesc) utiliza essas duas ferramentas para elaborar projetos no QGIS e enviá-los ao QField, instalado em tablets, permitindo que equipes atuem com mais precisão em campo. A metodologia tem sido empregada, por exemplo, em ações como a elaboração de focos de raiva, controle de inadimplência em vacinação contra brucelose, atualizações cadastrais e declarações de rebanhos.
Essa abordagem inovadora foi aplicada com sucesso no Simulado de Emergência Zoossanitária realizado em Cruzeiro do Sul em 2024. A eficiência no uso dos sistemas despertou o interesse de técnicos da Panaftosa, centro de saúde pública veterinária vinculado à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), e de outras instituições da área de defesa agropecuária, que passaram a replicar o modelo em suas respectivas atuações.
“A experiência que compartilhamos no Simulado Zoossanitário, idealizado pelo Idaf em setembro de 2024, no Acre, envolveu o uso de uma extensão dos procedimentos de coleta e análise de dados georreferenciados. Graças ao Ministério da Agricultura e Pecuária [Mapa], pude participar do evento, conhecer a ferramenta por meio dos servidores do Idaf e gostei bastante. É uma solução interessante do ponto de vista da gestão da informação, pois facilita muito a coleta, análise e disseminação de informações georreferenciadas, o que é fundamental para os programas de controle de doenças”, ressalta o especialista em Epidemiologia Veterinária no Panaftosa, Daniel Magalhães.
Além disso, com o apoio da ferramenta, o Idaf mantém atualizados relatórios georreferenciados de propriedades e explorações em todos os 22 municípios do estado, ampliando a capacidade de resposta e planejamento das ações de defesa sanitária animal e vegetal.
“Com esses avanços, o Idaf fortalece sua capacidade de fiscalizar propriedades rurais, acompanhar focos de possíveis doenças, atualizar cadastros e garantir a saúde do rebanho em todos os municípios do estado, com mais rapidez e precisão. Esse modelo de trabalho se mostra necessário, considerando que o Idaf tirou nota 4, ou seja, nota alta, na auditoria promovida pelo Mapa”, explica o coordenador estadual do Cesc, Fábio Monteiro.
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