Governo avança na implantação de polo de Ensino Florestal na Resex Chico Mendes

Uma reunião entre a Secretaria de Estado de Educação (SEE), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o Instituto de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec), realizada nesta sexta-feira, 29, em Rio Branco, marcou mais um passo para a implantação de um polo de Ensino Florestal na Escola Rural Boa União, localizada na colocação Belo Horizonte, Seringal Cachoeira, dentro da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes.

A proposta atende a uma reivindicação dos moradores da comunidade, que pedem cursos técnicos profissionalizantes em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, como agroecologia, manejo florestal sustentável, produção extrativista, agroindústria comunitária e turismo de base comunitária.

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A ideia é transformar a atual estrutura da Escola Boa União, que hoje oferece ensino fundamental e médio, em uma unidade de ensino integral. Assim, será possível garantir formação profissional aos jovens dentro da própria comunidade, evitando o deslocamento para a cidade e fortalecendo a permanência das famílias na região.

Segundo o conselheiro do TCE, Ronald Polanco, o objetivo é estruturar um projeto inovador que una a vocação florestal do Acre à valorização do conhecimento local.

“A proposta é criar um polo tecnológico de manejo das florestas nativas, que forme profissionais voltados para a biodiversidade, a bioindústria e a pesquisa dentro da própria reserva. A previsão inicial é atender de 50 a 60 estudantes de nível médio e básico, com possibilidade de expansão regional, recebendo alunos do Acre, do Amazonas, do Peru e da Bolívia”, destacou.

Para o secretário adjunto de Ensino da SEE, Sebastião Flores, a implantação da escola técnica representa um passo essencial para responder às demandas apresentadas pelos moradores.

“Essa é uma reivindicação da comunidade da Resex Chico Mendes. Já houve encontros anteriores e agora avançamos com a programação da visita técnica à localidade. A ideia é ouvir de perto a comunidade, compreender suas necessidades e, a partir disso, estruturar o modelo da escola, que deve começar a funcionar já no próximo ano”, explicou.

A diretora de Ensino do Ieptec, Mara Lima, ressaltou que o projeto inverte uma lógica histórica de deslocamento dos jovens.

“Tradicionalmente, os estudantes se formam para sair das comunidades em busca de oportunidades nas cidades. Aqui, a proposta é o contrário: formar jovens dentro da própria Resex, para que possam contribuir com o desenvolvimento local. É um projeto transformador, que qualifica a mão de obra, mantém as famílias no território e fortalece a economia florestal. Para o Ieptec, é uma honra integrar essa construção”, afirmou.

A primeira visita técnica à comunidade da Resex Chico Mendes está marcada para este sábado, 30. A partir desse encontro, serão definidos os próximos encaminhamentos, incluindo o modelo pedagógico e os eixos estratégicos da futura escola técnica, que deverá adotar a pedagogia da alternância como metodologia de ensino.

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