“Sempre falo para todo mundo que o SUS me devolveu a visão. Desde o meu primeiro atendimento até o transplante de córnea, nunca precisei pagar nada e fui tratada com rapidez, cuidado e dedicação.”
Este é depoimento de Isabel Timóteo, 19 anos, moradora de Rio Branco, que teve sua vida transformada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que completa 35 anos de existência nesta sexta-feira, 19. Em 2021, uma bactéria provocou uma úlcera em sua córnea, deixando sequelas que a colocaram na fila para transplante. Em 2024, foi chamada para a cirurgia na Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo. O procedimento foi realizado com sucesso e, desde então, Isabel reencontra no SUS não apenas o direito à visão, mas também a certeza de que a saúde pública é sinônimo de esperança.
Assim como Isabel, outras histórias no Acre revelam a força do SUS em transformar vidas. Nerian Brito é um desses exemplos.
“Há 11 anos sofri um acidente, fraturei as duas pernas e tive perda óssea na tíbia direita. Durante muito tempo esperei por uma cirurgia, mas não tinha condições de viajar para realizá-la. Quando recebi a notícia de que seria a primeira pessoa a realizar transplante ósseo no nosso estado, e pelo SUS, fiquei imensamente feliz.”
Nerian passou por avaliação em janeiro de 2024 e, no dia 3 de junho, foi submetida ao procedimento na Fundação Hospitalar. A cirurgia foi conduzida pelo médico ortopedista Dr. Nelson Marquezine e contou com acompanhamento multiprofissional. “Não tive complicações, a recuperação foi muito boa e já iniciei fisioterapia na mesma semana da cirurgia. Só tenho a agradecer a toda a equipe, especialmente ao Dr. Nelson, grande profissional.”
Esses relatos ilustram o impacto do SUS na vida de acreanos que encontraram, na rede pública, o acesso a procedimentos de alta complexidade antes restritos a grandes centros do país.
Fruto da luta popular e da mobilização da 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), o SUS ganhou forma na Constituição de 1988, que consagrou a saúde como direito de todos e dever do Estado. Em 1990, a Lei nº 8.080 regulamentou o sistema em todo o território nacional, abrindo caminho para um novo modelo de assistência.
Antes de sua criação, apenas trabalhadores formais vinculados à Previdência Social tinham acesso garantido aos hospitais públicos. O restante da população dependia de caridade, serviços filantrópicos ou pagamento direto. Hoje, o SUS assegura atendimento integral a todos: são 213 milhões de brasileiros, dos quais 76% dependem exclusivamente do sistema. Por ano, são realizados 2,8 bilhões de atendimentos, com o suporte de cerca de 3,5 milhões de profissionais de saúde.
No Acre, a presença do SUS é sentida nos mais diversos cantos do estado. Da capital às comunidades isoladas, o atendimento chega por meio das equipes de Estratégia de Saúde da Família, do Saúde Itinerante, das unidades básicas, do Pronto-Socorro, Unidades de Pronto Atendimento, Hospitais e centros especializados, da Fundhacre, dos Centros de Atenção Psicossocial, instituições privadas parceiras, entre outros.
Iniciativas como a Telessaúde ampliam o acesso especializado, encurtando distâncias para quem vive em áreas rurais e ribeirinhas. Parcerias com a Secretaria de Estado de Segurança, agilizam o resgate de pacientes com o uso de aeronaves. Programas como o SAMU 192 garantem também resgate e atendimento de urgência em minutos, enquanto o Programa Nacional de Imunizações mantém o Acre no mapa das grandes campanhas de vacinação do país.
Para o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, cada conquista reafirma a importância do sistema: “O SUS é fruto da luta coletiva do povo brasileiro e da dedicação de seus profissionais. Aqui no Acre, o governo do Estado busca continuamente fortalecer essa rede para que ela chegue com qualidade, humanidade e resolutividade a cada cidadão.”
O SUS é muito mais do que hospitais e consultórios. Ele está no copo de água tratado, na segurança dos alimentos, nas campanhas de prevenção, no controle de epidemias e na proteção de quem precisa. É também o sistema que garante cirurgias de alta complexidade, como os transplantes que devolveram a visão de Isabel e a mobilidade de Nerian.
Histórias como a delas mostram que o SUS não é apenas uma política pública: é um pacto coletivo pela vida. Aos 35 anos, o maior sistema de saúde universal do mundo segue se reinventando para enfrentar novos desafios e reafirmando, todos os dias, seu compromisso de cuidar de todos.
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