Após as fortes chuvas e as enxurradas que atingiram 17 bairros da capital acreana, a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa) emitiu um alerta urgente à população, destacando os riscos de doenças, principalmente a leptospirose. A doença, que pode ser fatal, é transmitida pela bactéria Leptospira, presente na urina de roedores, e se prolifera em ambientes afetados por enchentes e alagamentos.
De acordo com a coordenadora do Departamento de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Socorro Martins, o maior risco de contágio ocorre quando as pessoas entram em contato com águas ou lama contaminadas durante o processo de limpeza das residências. “A atenção precisa ser redobrada, pois os surtos de leptospirose são uma das principais consequências dessas enchentes. O uso de equipamentos de proteção, como luvas e botas, é essencial”, alertou Martins.
A leptospirose pode se manifestar por meio de sintomas como febre alta, dores musculares e icterícia (coloração amarelada na pele e mucosas). Em quadros graves, pode evoluir para insuficiência renal e hemorragias. O período de incubação da doença varia entre 7 e 14 dias após a exposição à água contaminada. No ano passado, o município registrou 576 casos suspeitos, dos quais 19 foram confirmados, resultando em uma morte. Este ano, até a semana 7, já são 49 casos suspeitos, com 2 confirmações.
A Semsa orienta que as famílias evitem o contato direto com a água das enchentes, utilizem luvas e botas ao manusear objetos e móveis, e desinfetem bem os ambientes afetados pela lama. O risco de contaminação é elevado, pois a lama pode carregar a bactéria e se espalhar rapidamente para diferentes locais. Para desinfetar os espaços, a recomendação é usar uma solução de hipoclorito de sódio diluída em água, que deve ser aplicada sobre as áreas contaminadas.
A Secretaria de Saúde reforça que, além dos cuidados individuais, a colaboração da população no enfrentamento de surtos é fundamental. A limpeza e a correta destinação de resíduos, aliados a um monitoramento eficaz, podem ajudar a conter a disseminação da leptospirose e outras doenças oportunistas que se proliferam em ambientes insalubres.
Neste cenário de calamidade, o poder público e a comunidade devem agir de forma conjunta para evitar que as consequências da enchente se agravem para a saúde da população. As autoridades locais reforçam que qualquer pessoa com sintomas deve procurar atendimento médico imediato, especialmente se houve exposição a águas e lamas da enchente.
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