Durante a sessão desta terça-feira (8) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Emerson Jarude (Novo) fez um discurso em que criticou a falta de reciprocidade na votação de seus projetos e cobrou responsabilidade do governo estadual diante da crise da Previdência. Segundo ele, propostas relevantes são ignoradas por questões de vaidade e ego político.
Jarude começou sua fala com um tom irônico, perguntando se haveria algum parlamentar da base disposto a ser “barriga de aluguel” de seus projetos. “Eu vou explicar. Quando entrei na política, decidi não aceitar cargos nem da prefeitura e nem do governo para que eu pudesse defender aquilo que acredito, de acordo com as minhas convicções”, destacou. Ele ressaltou que sempre votou favorável a propostas que considera positivas para a população, independentemente de quem as tenha apresentado.
O parlamentar apontou que, apesar de seu posicionamento coerente, os projetos de sua autoria frequentemente são rejeitados ou vetados. “A recíproca não é verdadeira. Quando o projeto é do Jarude, veta, não aprova, dá um jeito de não dar certo”, criticou.
Como exemplo, ele citou uma emenda de sua autoria à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) apresentada no ano passado, que propunha a substituição gradual de cargos temporários por cargos efetivos, como forma de reforçar a arrecadação do regime próprio de Previdência. “Essa medida ajudaria muito na situação da previdência estadual”, afirmou.
Jarude exibiu no telão da Aleac a redação da emenda de 2023 e mostrou que, este ano, a proposta foi incorporada integralmente à LDO enviada pelo governo. “Literalmente copiaram. E nisso nós perdemos um ano, por vaidade”, lamentou.
O deputado também criticou o que classificou como falta de efetividade nas discussões parlamentares. “Apresenta emenda, é tudo rejeitado. Aí a gente volta com os mesmos discursos, os mesmos assuntos, e nada é feito”, disse.
Por fim, Jarude ironizou a situação afirmando que, a partir de agora, vai passar a enviar seus projetos com autoria de um “deputado misterioso”, para que não sejam automaticamente rejeitados. “Se Deus quiser, a gente consegue resolver alguns problemas desse governo”, concluiu.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale
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