Diante do cenário de estiagem que atinge o estado de forma corriqueira, o governo do Acre já mobiliza esforços para mitigar os impactos do fenômeno. Nesta terça-feira, 22, em parceria com o governo federal, está sendo realizada uma “Oficina de Trabalho Integrada para Resposta e Enfrentamento ao Desastre de Seca”. A ação reforça as medidas já em andamento e busca fortalecer a articulação intergovernamental no enfrentamento dos desafios causados pela escassez hídrica na região.
Desde março, o governo estadual vem se mobilizando por meio do gabinete de crise, que reúne mais de 25 instituições atuando em diferentes eixos. Cada área tem discutido e implementado estratégias voltadas à redução dos impactos provocados pela seca em todo o estado.
“Todas as equipes de cada uma dessas instituições estão em campo, desempenhando suas atribuições em articulação com os entes dos governos federal, estadual e municipal, com o objetivo de unir forças de forma integrada para reduzir os efeitos de um evento mais severo”, destacou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista.
A atividade conta com a presença de representantes de três ministérios federais, sendo Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Saúde (MS) e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), além de técnicos estaduais e municipais que atuam diretamente nas ações de resposta à seca.
“Em momentos de crise, a integração é fundamental, e esse seminário busca essa cooperação de esforços. Aqui está se aliando a uma estratégia de trabalho envolvendo toda a esfera do poder público, para fortalecer a assistência, a partir do monitoramento, porque é importante saber logo onde o problema está se agravando, e que ela possa chegar mais rápido e também otimizar os esforços”, afirmou o coordenador da Secretaria de Estado da Casa Civil (SECC), Ítalo Medeiros.
A oficina está estruturada em cinco eixos temáticos, sendo Monitoramento, Assistência Humanitária, Logística Operacional, Proteção Social e Saúde Pública, que organizam os trabalhos em grupos, permitindo uma abordagem mais aprofundada e técnica das áreas prioritárias.
O primeiro eixo, Monitoramento, tem como foco o acompanhamento contínuo da evolução da estiagem, análise de dados hidrometeorológicos e identificação de áreas críticas, servindo de base para a tomada de decisões estratégicas. Já a Assistência Humanitária trata das ações emergenciais para garantir o acesso da população a itens essenciais como água potável, alimentos e insumos básicos, com ênfase especial nas comunidades mais vulneráveis e de difícil acesso.
No eixo de Logística Operacional, são discutidas soluções para o transporte, armazenamento e distribuição de recursos, além do planejamento das rotas e da mobilização de equipes e equipamentos necessários às ações de resposta. A Proteção Social aborda políticas públicas voltadas à segurança alimentar, renda e apoio às famílias impactadas pela seca, buscando garantir a continuidade dos serviços socioassistenciais e a ampliação do acesso a programas sociais.
Por fim, a Saúde Pública trata das estratégias para enfrentar os efeitos da seca sobre a saúde da população, com ações voltadas à prevenção de doenças, acesso a atendimento médico e fortalecimento da vigilância em saúde nos municípios mais afetados.
A proposta é permitir a troca de experiências, a identificação de gargalos e o desenho de estratégias específicas e integradas para atender às populações mais impactadas pela estiagem.
A presença de técnicos e representantes das secretarias e instituições que integram o Gabinete de Crise é considerada essencial para a efetividade da oficina. A contribuição desses profissionais é fundamental para aprofundar as discussões técnicas, apresentar demandas locais e construir respostas mais eficientes e adaptadas às realidades dos municípios acreanos.
Segundo o representante da Força de Proteção do Sistema Único de Assistência Social (Forsuas), Eugenio Cassaro, o governo federal tem a responsabilidade de atuar na gestão e coordenação das ações em situações de crise.
“Os eventos climáticos extremos estão cada vez mais presentes. Por isso, hoje em dia, é fundamental termos uma forma articulada de atuação, pois todos nós trabalhamos para as mesmas pessoas. Os afetados são os mesmos: a mesma pessoa que acessa o serviço de saúde também busca o serviço de assistência e, muitas vezes, vai precisar do apoio da defesa civil. Assim, aproveitamos momentos como este para nos encontrar, dialogar e construir estratégias em comum”, afirmou.
O governo do Estado destaca que este é um momento decisivo para fortalecer a resposta pública frente ao desastre da seca, e conta com o comprometimento de todas as esferas envolvidas para minimizar os impactos sociais, ambientais e econômicos da estiagem no Acre, que, anualmente, afeta milhares de cidadãos.
A oficina faz parte do Plano Nacional de Enfrentamento à Estiagem Amazônica e Pantanal (PNEAP/2025), desenvolvido pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec). A ação ocorrerá nos dez estados que compõem a Amazônia Legal e o Pantanal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
As regiões da Amazônia Legal e do Pantanal enfrentam períodos de cheias e estiagens já conhecidos tanto pela população quanto pelos órgãos de monitoramento. No entanto, nos últimos anos, as estiagens têm se intensificado, com temperaturas mais altas e maior escassez de chuvas, provocando desastres como a falta de água e o aumento dos incêndios florestais. Esse cenário crítico, agravado por vulnerabilidades sociais, levou o governo federal a implementar medidas emergenciais de socorro e assistência às populações mais afetadas.
O plano foi elaborado com o objetivo de estruturar uma atuação integrada e coordenada entre os órgãos federais que compõem o Sistema Federal de Proteção e Defesa Civil (SIFPDEC), antecipando-se ao período de estiagem nas regiões da Amazônia Legal e do Pantanal. Fundamentado no princípio do planejamento conjunto, o plano contempla ações como o monitoramento hidrológico e meteorológico, além da preparação das defesas civis estaduais e municipais, dos órgãos federais envolvidos e das populações mais vulneráveis.
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