Uma equipe da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) realizou, entre os dias 15 e 24 de julho, uma ação de entrega de alimentos na terra indígena Mamoadate, localizada entre os municípios de Assis Brasil e Sena Madureira. A iniciativa integra o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), política pública coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), com parceria do governo do Acre.
O Acre se destaca nacionalmente por implementar de forma pioneira a modalidade indígena do programa, beneficiando 684 agricultores familiares de comunidades tradicionais. A ação assegura a compra direta da produção local e contribui para o fortalecimento da segurança alimentar em 75 escolas e 74 aldeias, abrangendo cerca de 30% do território indígena acreano.
O investimento destinado à terra indígena Mamoadate ultrapassa R$ 952 mil, distribuído entre 12 aldeias, que somam 1.333 moradores das etnias Manchineri, Mashco (Isolados do Rio Iaco) e Yaminawá. A operação foi acompanhada por André Ximenes, da Divisão de Produção Indígena da Seagri, que detalhou o processo.
“No ano passado, realizamos o cadastro dos produtores indígenas, passando por todas as aldeias e incluindo também as escolas que receberão os alimentos. Agora retornamos para iniciar a entrega da produção, oferecendo capacitações tanto aos agricultores quanto aos professores, que possuem papel fundamental na recepção, pesagem e registro dos alimentos”, explicou.
Os produtores indígenas fornecem sua produção às escolas e, em troca, recebem recursos financeiros diretamente do MDS. Os alimentos integram a merenda escolar, complementando os itens enviados pelas cidades e contribuindo de maneira significativa para a nutrição das crianças indígenas.
Entre os produtos entregues, destacam-se cerca de 80 itens da agricultura tradicional, como banana comprida, banana prata, mandioca, coco verde, cana-de-açúcar, lima, limão, mamão, caiçuma, pupunha, amendoim e açaí, alimentos que refletem o saber ancestral e o potencial produtivo das comunidades.
O cacique Sabá Manchineri, da aldeia Twatwa, em Sena Madureira, enfatizou o valor social e simbólico da iniciativa. “Fico feliz porque é um produto nosso, vendido para nós e alimentando nossa gente. O governo valoriza nosso trabalho com compensação financeira, e isso nos incentiva a continuar na agricultura e na criação de animais. Participar deste processo me deixa realizado. Estamos literalmente colhendo o que plantamos”.
A execução do programa contempla duas fases principais: diagnóstico da produção e cadastro dos agricultores, seguido por oficinas de capacitação voltadas a produtores, professores e lideranças locais. Nessas oficinas, os participantes são orientados quanto à qualidade dos produtos, pesagem e logística de entrega semanal às escolas.
Além disso, o programa considera a infraestrutura de armazenamento das aldeias para planejar entregas fracionadas ao longo do ano letivo, minimizando perdas e garantindo um fluxo contínuo de alimentos.
O secretário de Agricultura, José Luis Tchê, destacou o impacto do programa: “Estamos falando de uma ação que já alcança famílias agricultoras indígenas em diversos territórios e etnias. Isso nos enche de orgulho e nos motiva a ampliar esse modelo, com responsabilidade, escuta e parceria. Seguiremos firmes, lado a lado com nossos parceiros e lideranças indígenas, fazendo do PAA uma ferramenta de inclusão produtiva, transformação social e fortalecimento das políticas públicas voltadas às comunidades tradicionais”.
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