Crianças e adolescentes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Acre (Apae) apresentaram, na 4ª noite de Expoacre, nesta terça-feira, 29, seus projetos voltados para arte e robótica, como pinturas em tela, desenhos e circuitos para produção de energia. O governo do Acre, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), que tem como titular a vice-governadora Mailza Assis, possibilitou a demonstração dos projetos no estande da pasta e a valorização das atividades das organizações da sociedade civil (OSCs).
“O sentimento hoje é de muita gratidão, de a gente estar trazendo as crianças da instituição com a arte. E o fato de hoje elas poderem estar aqui conosco, representando Senador Guiomard e representando muito bem, é uma satisfação enorme”, destacou a presidente da Apae de Senador Guiomard, Solange Santos. A unidade atende cerca de 200 crianças e adolescentes com deficiências intelectuais e doenças crônicas socialmente invisíveis (DCSI), conhecidas também como deficiências ocultas ou doenças invisíveis, entre outras.
A Federação das Apaes do Acre, criada há dez anos, alcança dez instituições do estado, estando presente em Senador Guiomard, Sena Madureira, Porto Acre, Capixaba, Epitaciolândia, Acrelândia, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Plácido de Castro.
A presidente da federação, Cecília Lima, ressalta que a instituição trabalha com educação, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE), e também com a profissionalização de adolescentes. “Nosso foco é preparar esses jovens para inclusão no mercado de trabalho. Hoje, essa preparação ocorre principalmente na Apae de Rio Branco, onde os alunos são inseridos, por exemplo, em supermercados”, destacou.
Além disso, a federação conta com atividades nas áreas de arte e cultura, como o Festival Nacional das Apaes, realizado a cada três anos. Em 2024, o evento realizado no Rio de Janeiro (RJ) contou com a participação de alunos do Acre nas áreas de desenho, literatura e dança, entre outras expressões culturais, além de eventos esportivos, como as Olimpíadas da Apae.
O estudante de direito Murilo de Almeida – apresentou seu projeto energético, que foi planejado como alternativa em locais com falta de energia.
“Criei esse tipo de sistema harmônico porque meu pai trabalhava em uma fazenda onde a energia era gerada a diesel e, eventualmente, esse diesel acabou. Aí comecei a pensar bastante em alternativas de energia. Estudei sobre energia a óleo e também sobre energia solar”, contou.
O sistema desenvolvido contém equipamentos como uma bateria de carregamento portátil, um multímetro para monitorar a tensão elétrica, um painel com três ventiladores bolivianos e um pedaço de um tocador de fita-cassete.
A chefe da Divisão de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da SEASDH, Joana Silva, enfatizou que é importante trazer as Apaes para a Expoacre, para que possam mostrar a produção que realizam tanto na capital, quanto nos municípios.
“O governo do Estado do Acre sempre foi parceiro das Apaes, apoiando seus projetos e estando presente para que cada aluno seja beneficiado com as políticas voltadas especialmente para eles. É uma alegria enorme ver o trabalho que eles fazem na música, na arte, na dança e até mesmo no esporte. A Apae tem feito um trabalho maravilhoso, com o apoio e a parceria do nosso governador e do governo do Estado”, afirmou Joana.
“Agradecemos muito à secretária Mailza, que também é vice-governadora, pelo olhar diferenciado que tem dado à causa. Sem o apoio do poder público, nosso trabalho não acontece. Somos uma instituição privada, uma organização da sociedade civil [OSC], mas não conseguimos caminhar sozinhos”, agradeceu Cecília.
Héctor Pietro Pereira, também veio de Senador Guiomard apresentar seus desenhos e pinturas confeccionados dentro e fora da Apae. “Comecei a fazer desde 2023. Foi quando comecei a me envolver com as artes. Eu assisto desenhos e, conforme vou assistindo, vou também aprimorando minhas criações”, contou.
Já Pablo Ferreira, veio de Sena Madureira, e expôs, durante a Expoacre 50 anos, o livro O Fugitivo do Espaço, com muita imaginação e criatividade.
“O meu livro conta a história de um astronauta. Ele trabalhava em uma nave espacial que investigava alguns planetas. Só que, sem querer, desviou metade da nave. Aí o chefe dele começou a persegui-lo, porque ele tinha feito essa manobra sem autorização”, explicou.
O fisioterapeuta Janimar Nogueira, atuante na Apae de Senador Guiomard, apresentou o seu projeto, que desenvolve mãos robóticas para pessoas com deficiência (PcDs) por meio de impressoras 3D e outros dispositivos.
“A gente dá ênfase à necessidade de algumas pessoas, porque, por exemplo, imagina só um cadeirante podendo utilizar uma tecnologia desenvolvida aqui mesmo, no Acre . Quando as pessoas viajam para fora, muitas vezes ouvem que o Acre ‘não tem nada’, só mata [floresta]. Mas não é bem assim. Desde 2016 venho desenvolvendo vários projetos, sempre com o objetivo de auxiliar pessoas”, relatou.
Com o aumento dos diagnósticos de autismo, o trabalho das Apaes se torna ainda mais necessário. O diagnóstico precoce, o acompanhamento terapêutico, a fonoaudiologia e a terapia ocupacional são fundamentais. O diferencial é que, em uma só instituição, as pessoas com deficiência recebem todos esses atendimentos de forma integrada.
A Apae também divulgou uma campanha em que cada doação de eletrodoméstico que não tem mais uso pode gerar mais de um real para a instituição. Com essa iniciativa, a organização garante a continuidade de suas atividades em prol de PcDs.
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